Vinho Novo novamente, Vinho Novo em novas mentes
VINHO NOVO NOVAMENTE
Mensagem baseada
no contexto bíblico de Joel 1.1 – 2.24
“A vide se
secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira e a macieira;
todas as árvores do campo se secaram, e
a alegria se secou entre os
filhos dos homens. (Jl 1.12)
O profeta Joel está descrevendo o resultado devastador de
um ataque de gafanhotos sobre as plantações de Israel. O juízo de Deus sobre os
pecados de Seu povo veio através desse exército de gafanhotos que destruiu
todas as árvores frutíferas, e entre elas estavam as videiras, de onde se
produzia o vinho. O verso transcrito acima deixa claro que o vinho simboliza a alegria,
pois nos é dito que quanto as videiras se secaram, a alegria também foi embora.
Na vida do cristão, os gafanhotos podem simbolizar as dificuldades da vida e os
desgastes do dia a dia, mas eles simbolizam principalmente a provação e o juízo
que vem de Deus. Deus prova a
quem ama, assim como um pai disciplina o filho amado, para que este aprenda
importantes lições de vida. Entender este texto desta forma é importante para
que fique claro que Deus não
quer nos ver sem alegria. O Senhor só permite algo assim por causa de
nossos erros e pecados, pois o projeto inicial dEle para Seu povo era mantê-lo
sempre abastados de vinho. Não fosse a culpa do próprio povo, os gafanhotos não
seriam enviados.
Esta interpretação também não quer dizer que a teologia da retribuição seja a única pedagogia utilizada por
Deus em toda e qualquer situação. As vezes, e na verdade muitas vezes, por
causa de Sua misericórdia e amor, nós não recebemos de Deus o juízo merecido
por nossos erros. Isto fica claro na Bíblia quando observamos que foram muitas
as vezes que Israel pecou, mas poucas as vezes que foram disciplinados por meio
da adversidade. Se Deus fosse castigar os israelitas por cada pecado que
cometeram, este povo jamais teria saído do caos. Eles não haveriam experimento
tempo algum de prosperidade e paz, pois até mesmo nos tempos de glória que
desfrutaram, os rebeldes e os idólatras continuavam sendo quem eram - rebeldes
e idólatras, obviamente.
Neste caso porém (no relato do livro de Joel), a hora da disciplina havia
chagado, e ela veio nos “dentes” vorazes dos gafanhotos devoradores.
Mas, no primeiro verso do capítulo 2, ouve-se um som de esperança, o som de
despertamento da trombeta: “Tocai
a trombeta em Sião, e dai o alarme no meu santo monte...”.
Sem despertamento não pode haver a restituição do vinho
novo.
O verso 12 do capítulo 2 deixa claro que, para que Deus nos envie o vinho novo
novamente, precisamos voltar a Ele, pois Ele diz: “Convertei-vos a Mim”.
O mais importante neste versículo é que Deus espera que voltemos a Ele com
sinceridade de coração, e não apenas por conveniência. Ele diz: “... Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso
com jejuns e com choro e com pranto”.
O jejum, o choro e o pranto são apontados como evidências
da sinceridade. Choro e pranto revelam um coração contrito e quebrantado (bem-aventurados
os que choram porque eles serão consolados – Mt 5.4). E sobre o jejum, o
teólogo e pastor batista John Piper nos ensina com muita propriedade dizendo:
“Jejum é fome de Deus”.
Se voltarmos a Deus com sinceridade de coração, “Então, o Senhor terá zelo
de Sua terra e se compadecerá do Seu povo. E o Senhor responderá e dirá ao Seu
povo: Eis que vos envio o trigo, e o vinho novo (mosto)...” (Jl 2.19).
“Por que podemos crer que de fato receberemos o vinho novo novamente? Porque esta é uma promessa divina,
e Deus sempre compre Suas promessas”.
“E as eiras se encherão de trigo, e os lagares ‘transbordarão’ de
vinho novo e de óleo” (Jl 2.24)
Deus está dizendo que, se voltarmos a Ele com sinceridade de coração, nossos
lagares transbordarão de vinho novo. Vinho que representa a alegria, o sabor e
a cor da vida, pois o Filho do homem, Jesus Cristo, veio para que tivéssemos
vida, e vida em abundância (Jo 10.10). Quem receber e praticar esta Palavra,
experimentará e receberá muito vinho novo. Seus lagares transbordarão e sua
vida será abundante e cheia de cor, sabor e alegria.
VINHO NOVO EM NOVAS MENTES
“Vieram, depois, os discípulos de João e lhe perguntaram: por que jejuamos nós, e os fariseus [muitas vezes], e teus discípulos não jejuam? Respondeu-lhes Jesus:
Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar. Ninguém põe remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo tira parte da veste, e fica maior a rotura. Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam” (Mateus 9.14-17)
Em o Novo Testamento, o vinho novo ganha um sentido mais profundo nos ensinamentos de Jesus.
Para os hebreus do Antigo Testamento, o vinho (literalmente falando) era um motivo de orgulho e satisfação. Tratava-se do resultado do plantio que faziam em sua própria terra, o que era sinônimo de vida digna e honrosa.
Porém, o próprio Davi, longe de suas vinhas, quando fugia de Absalão pôde dizer: “Mais ‘alegria’ me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho” (Sl 4.7). Este verso nos faz entender que a alegria gerada pelo vinho natural, é muito inferior à alegria que vem do Senhor, pois é espiritual.
Na nova aliança, inaugurada por Jesus, o vinho novo ganhou um sentido sobrenatural e espiritual.
O caráter sobrenatural do vinho novo
Primeiramente, na festa de casamento em Caná, para a qual havia sido convidado, Jesus transforma água em vinho para não permitir que a alegria de um casamento acabasse. O 1° vinho servido no casamento, o vinho natural, acabou no meio da festa porque não era abundante (“E ... os lagares ‘transbordarão’ de vinho novo ... ” - Jl 2.24). O 2° vinho, o vinho novo de Jesus, era mais saboroso porque era sobrenatural.
O caráter sobrenatural do vinho novo faz dele o que de melhor podemos ter em nossas vidas. Nada, no mundo natural, pode ser melhor do que o Vinho Novo de Jesus.
A mente em foco (o caráter espiritual do vinho novo)
O segundo grande ensinamento que Jesus nos traz sobre o vinho novo está no texto base desta mensagem (Mt 9.14-17).
Respondendo a questão a cerca do jejum, Jesus fala sobre o vinho novo e sobre o odre novo. O pastor Éd René Kivitz explica esse texto com muita precisão: “As práticas piedosas (nessa passagem, o jejum é um exemplo desse tipo de prática), e as práticas religiosas devem ser resignificadas pela graça”.
Jesus é enfático em dizer que o jejum deve ser praticado somente depois que o noivo for tirado, ou seja, quando estiver vigorando plenamente a dispensação da graça. O verdadeiro jejum, em sua forma mais pura e agradável a Deus só pode acontecer depois que o indivíduo for salvo pela graça.
O jejum resignificado pela graça é um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, o qual Paulo também chama de culto racional. O que está em foco agora é a mente do homem. O apóstolo dos gentios prossegue o texto de Romanos 12.1-2 dizendo que o crente salvo pela graça (pois já no início do versículo 1, Paulo deixa claro que está falando com irmãos em Cristo) deve não se conformar com este mundo, mas transformar-se pela renovação do entendimento. Mais uma vez a mente é mencionada, e esta deve ser renovada para que possa experimentar o melhor de Deus. A mente renovada é o odre novo que está preparado para receber o delicioso vinho novo do Senhor. Somente uma mente renovada pode experimentar a maravilhosa vontade de Deus. O vinho novo, por sua vez, é essa boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Saborear o vinho novo de Deus é experimentar Sua boa, agradável e perfeita vontade.
Aquele que recebeu esse vinho novo, sabe o que é saborear uma vida abundante, boa e agradável em Cristo, pois para isso Ele nos foi enviado.
Deus tem bons planos para nós (Jr 29.11), e se formos transformados em odres novos, poderemos ver esses bons planos se realizando em nossas vidas. A alegria, o sabor e a cor da vida estão no vinho novo que Ele de bom grado nos oferece, esta é a Sua vontade. Ser feliz é desfrutar uma vida segundo o coração e o querer de Deus.
Não perca esse tempo, não fique fora da vontade do Senhor. Sonhe os sonhos de Cristo para você. Este é o tempo de Deus derramar vinho novo em novas mentes.
A todos, Graça e Paz!!!
Éder Billy Carvalho
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