O Evangelho em 7 frases: As 7 palavras da cruz
Certamente, a palavra da cruz é loucura
para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. (I Co
1.18)
INTRODUÇÃO
Seria muita ousadia, e
até mesmo insensatez, querer formular sete frases que expressassem por completo
toda a essência do evangelho de Jesus Cristo. Acredito que nenhum teólogo é
capaz disso por uma simples razão: o evangelho não é outro senão o de Jesus
Cristo. Portanto, ninguém além do próprio Senhor Jesus poderia pronunciar tais
frases. E, para o nosso deleite, Ele o fez. Sofrendo tamanha tortura na cruz,
Jesus (como homem) não teria condições e forças físicas para pregar um sermão
extenso. Com muita dificuldade Ele pronunciou apenas sete frases curtas, e
dentre outras razões, Jesus o fez para testemunho eterno na história e no
universo diante de Deus e dos homens. Definitivamente, não podemos deixar de
dar toda atenção ao que o Mestre nos falou no calvário. Tais palavras ganham
significado ainda maior por terem sido pronunciadas no lugar que em si mesmo, em
sua simbologia e especialmente por sua história, traz a essência do evangelho, a
cruz.
A tradição refere-se às sete frases que Jesus
pronunciou na cruz como “as sete palavras”. O apóstolo Paulo, em 1Co 1.18, fala
da palavra da cruz como um todo, ou seja, ele refere-se ao conceito da cruz ea
o teor de sua mensagem. Sem dúvida, fazendo uso das sete frases que Cristo
pronunciou da própria cruz do calvário, teremos um significado muito amplo e
forte do evangelho.
Com a ajuda da Bíblia em ordem cronológica[1] e
através de uma simples e pessoal tentativa de buscar uma ordem didática para as
sete palavras de Jesus na cruz, trabalharemos com a seguinte ordem: 1) “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, 2) “Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no paraíso”, 3) “Mulher, eis aí teu filho... eis aí tua mãe”, 4)
“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, 5) “Tenho sede”, 6) “Está
consumado”, e por fim, 7) “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Para
cada frase apresentaremos um comentário. Vamos então a elas.
1- ... Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o
que fazem... (Lc 23.34)
A palavra da cruz é loucura para os que se perdem,
justamente porque eles não sabem o que fazem. Olhando para os
soldados romanos que lhe torturavam, para os judeus religiosos que lhe
escarneciam e para todo o povo que apreciava o espetáculo, Jesus pede ao Pai
que lhes perdoe os pecados.
O pecado nos cegou, alienando-nos (separando-nos)
de Deus[2].
Não sabemos o que fazemos quando estamos no pecado. Exemplo claro disso pode
ser encontrado na história do apóstolo Paulo. Antes de converter-se ao Senhor
Jesus, quando ainda era conhecido como Saulo, ele perseguia intensa e
violentamente a Jesus e sua Igreja, achando que estava agradando a Deus. Mas,
“ao caírem as escamas de seus olhos”, ou seja, quando ele foi alcançado pela
graça salvadora e libertadora do Senhor, Saulo se levantou para uma nova vida.
Converteu-se radicalmente passando de perseguidor a seguidor de Jesus (At
9.1-20).
O brado divino de perdão ecoa da cruz. Para os
homens alienados de Deus, contemporâneos de Jesus, a cruz era o triste fim de
um candidato a Deus, pois para eles, Jesus não era Deus – e o fato de Ele ter
sido condenado à cruz era uma confirmação disso. Portanto era loucura ser perdoado
por um homem não-Deus que merecia uma vergonhosa morte de cruz. Mas para nós
que somos salvos, e que saímos do estado de alienação (separação) de Deus, a
palavra da cruz é poder de Deus, porque sabemos que Cristo é Deus, mas também,
homem. Os “deuses” dos pagãos jamais descem do seu “sagrado e altíssimo
pedestal”, comparando-se aos mortais humanos. Mas o nosso Deus, e Ele só, é “tão
Deus” que é capaz de fazer-se homem sem deixar de ser Deus. A palavra da cruz é
poderosa ao ponto de ser divina mesmo saindo dos lábios de um humano. Sobre
isso, John Stott diz:
Podemos
compreender por que a mensagem da cruz que Paulo pregava era "loucura"
para muitos (1Co 1.18,23). Como poderia uma pessoa de mente sadia adorar como
deus um homem morto, justamente condenado como criminoso e submetido à forma
mais humilhante de execução? Essa combinação de morte, crime e vergonha
colocava-o muito além do respeito, sem falar da adoração. Cristo nos resgatou
da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está
escrito: Maldito aquele que for pendurado em madeiro" (Gl 3.13; Dt 21.23).
E Pedro escreveu: "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os
nossos pecados" (1Pd 2.24)[3].
Este verso (Lc 23.34) é a expressão da misericórdia
do Senhor, pois o perdão do Senhor impede que recebamos a condenação que
merecemos por sermos pecadores. O evangelho de Jesus Cristo traz consigo a proclamação
da misericórdia de Deus e de Seu perdão. Ao anunciar o perdão, o evangelho denuncia
também, automaticamente o nosso pecado e nossa condição de alienação, afinal,
não seria necessário perdão se não houvesse pecado. Evangelho que não denuncia
o pecado e não apresenta o arrependimento como porta de escape não é evangelho.
Desde o Jardim do Éden tínhamos uma dívida para com Deus. Nosso pecado nos
separou do Santo Criador e trouxe sobre nós a condenação da morte e do inferno.
Mas Deus, por Seu amor eterno resolveu nos salvar e nos oferecer perdão em
Cristo Jesus através da obra redentora da cruz do calvário. Graças a Deus que
enviou Seu Filho ao mundo para buscar e salvar o que se havia perdido: eu e
você.
2- ... Em verdade te digo que hoje estarás
comigo no paraíso. (Lc 23.43)
Jesus perdoou o ladrão da cruz sem fazer um
interrogatório sobre seu passado. Vendo o seu verdadeiro arrependimento, Cristo
simplesmente o perdoou e salvou, garantindo-lhe a entrada no paraíso. Se a
frase anterior falava mais diretamente da misericórdia de Deus, esta frase fala de Sua graça. A graça traz, de Deus para nós,
bênçãos eternas às quais jamais fizemos por merecer. O evangelho não oferece
apenas o perdão para o nosso pecado, mas a eternidade livre dele, e o paraíso
preparado para os santos. Sim, o céu é real, e o melhor dele é que Deus está
lá, totalmente visível, tangível, acessível!
Sabemos também que o que “é” evoca o que “não é”.
Se existe céu, existe inferno. Apenas um dos ladrões da cruz arrependeu-se e
clamou pela salvação, e apenas este ouviu de Cristo a garantia de que estaria eternamente
com o Senhor no paraíso. Estar diante do Senhor da salvação e não fazer o mesmo
é dar-lhe as costas. Os que rejeitam Jesus atraem a condenação eterna sobre si,
automaticamente. O inferno aguarda os pecadores não arrependidos,
escarnecedores, inimigos da cruz. A Palavra e o evangelho da cruz proclamam a
misericórdia e a graça, o inferno e o céu.
3- Vendo Jesus sua mãe, e junto a ela, o
discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao
discípulo: Eis aí tua mãe. (Jo 19.26-27)
Este verso nos apresenta a realidade de que Jesus
era 100% homem e 100% Deus. O evangelista que está narrando este episódio pôde
referir-se a Maria como mãe de Jesus respaldado pela realidade de que Jesus era
homem, e como tal, Maria era sua mãe. Por outro lado, como Deus, Jesus pôde
dizer a Maria que ela seria agora mãe de seu discípulo amado, João.
Jesus não está fora, mas
está para muito além dos laços familiares humanos. Ele é o Verbo eterno que estava com Deus no princípio. Ele é o criador
de tudo e sem Ele nada do que foi feito se fez (Jo 1.3), inclusive Maria. Sim,
muito antes de ser gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria como o Verbo
encarnado, Jesus é o grande “EU SOU” que criou tudo e também criou a própria
Maria, que a despeito disso, sem dúvida é agraciada e bendita entre as mulheres
(Lc 1.28).
Cristo revelou sua compaixão e amor pela família ao
pedir que o discípulo amado cuidasse da viúva Maria, e com isso somos
desafiados a também exercer compaixão. O Mestre não poderia ter escolhido
pessoa melhor para cuidar de Maria. “Os irmãos de Jesus até esse momento ainda
não lhe eram simpáticos, e então ele não podia lhes confiar este cuidado nesta
hora triste. Talvez nem estivessem em Jerusalém na ocasião”[4]. O
amor pelo próximo e o cuidado com a família fazem parte da loucura da palavra
da cruz. Para uma sociedade corrompida e sem Deus, o divórcio, o
homossexualismo, a terceirização da educação dos filhos e o individualismo são
normais. Porém, para a igreja de Jesus essas coisas devem ser chamadas de
pecado. Andar na contramão do mundo não é jogar toda a cultura do meio em que vivemos
no lixo. Parte da cultura do nosso meio é pecaminosa, mas nem toda. A melhor forma
de viver na contramão do mundo e em harmonia com os princípios e requisitos de
Deus é amar. O amor cristão, no seu sentido mais profundo e com todas as suas
implicações, é uma grande loucura para os que se perdem, mas para nós que somos
salvos, é o poder de Deus para a cura do pecado, do egoísmo e do mal.
O grande ensinamento aqui é: Cristo é maior,
incomparável e eterno. Ele é Deus!
4- ... Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer
dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt 27.46 – Sl 22.1)
Ao pronunciar esta frase, Jesus fez uma citação do primeiro
verso do Salmo 22, atribuído ao rei Davi. Seguindo a linha de interpretação de Bonhoeffer,
podemos dizer que Cristo não repetiu as palavras do salmista Davi,
simplesmente, mas repetiu Suas próprias palavras, pois foi Ele mesmo (o
Messias) que as disse pelo Espírito Santo através de Davi.
Segundo o testemunho da Bíblia, Davi, o rei ungido
do povo eleito de Deus, prefigura Jesus Cristo. O que lhe sucede acontece por
causa daquele que está nele e que descenderá dele, Jesus Cristo. Isto não lhe
era segredo, pois ‘sendo profeta, e sabendo que Deus lhe havia jurado que um
dos seus descendentes se assentaria no seu trono; prevendo este evento,
referiu-se à ressurreição de Cristo’ (At 2.30s). Davi foi uma testemunha de
Cristo em seu ministério, em sua vida, em suas palavras. O Novo Testamento diz
ainda mais. Através dos salmos de Davi já fala o Cristo prometido (Hb 2.12;10,5)
ou, como também é dito, o Espírito Santo (Hb 3.7). Portanto, as mesmas palavras
de Davi são palavras do Messias vindouro. As orações de Davi foram oradas com
Cristo ou, melhor, Cristo mesmo as orou através daquele que o precedeu[5].
A palavra da cruz é loucura para os que se perdem
porque é inconcebível a atitude de um Pai que entrega seu próprio filho à dor e
à morte. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Deus amou o mundo (eu, você e
todos) de uma maneira tão grande e inexplicável, que deu o Seu Filho Unigênito
(Jesus) para morrer na cruz por nossos pecados (Jo 3.16). O Pai celestial teve
que, momentaneamente, desamparar o Filho (por causa dos pecados de toda
humanidade que se acumularam sobre Jesus naquela hora) para que jamais tivesse
que nos desamparar, porque somente o Seu Filho Unigênito poderia suportar o
desamparo de Deus.
A escuridão sobrenatural, que durou do meio-dia até
as três da tarde, intensifica a desolação, que atinge a maior profundidade
quando Jesus, feito “pecado” em lugar do homem, experimentou em todo o seu
horror a separação de Deus que o pecado produz, e brada, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? [6]
Se a primeira frase revela o amor do Filho pela
humanidade, esta revela o amor de Deus Pai por nós. A cruz não foi um
sacrifício de apenas uma das pessoas divinas da trindade isolada das demais. A
salvação é obra do Deus trino.
5- ... Tenho sede (Jo 19.28 – Sl 68.21)
Na frase anterior, Jesus pronunciou o Salmo 22.1 para
que se revela-se que o pecado da humanidade o separou do Santo Pai enquanto
esteve na cruz. Agora o Messias cita o Salmo 68.21 para denunciar que o desamparo
dos homens veio de maneira cruel e não movido pelo amor. Deram-lhe vinagre
quando ele pediu água. Ele curou, alimentou e libertou milhares de pessoas,
chegando ao ponto de doar sua própria vida por amor a elas. E quando Ele
precisou apenas de um simples gole de água, ou meramente algumas gotas,
deram-lhe vinagre. Mas, ao dizer tais palavras, cumpriu-se a Escritura, que não
pode falhar.
Sendo 100% homem e 100% Deus, Jesus vivia entre a
tensão da eternidade com finitude, do espontâneo com o pré-determinado, do
perfeito com o imperfeito. Estando cravado em uma cruz e exposto ao sol
escaldante da palestina, obviamente estava desidratado e por isso clamou
dizendo “Tenho sede”. Ao mesmo tempo, consciente de sua divindade e missão, foi
para cumprir a Escritura que Ele disse tais palavras. Se os soldados que
sortearam suas roupas não faziam a menor idéia de que estavam cumprindo as profecias,
Jesus sabia exatamente o que estava fazendo ao falar de sua sede.
Verdadeiramente o Mestre conhecia o caráter perfeito da Escritura que não é
anulada nem diante da ignorância e espontaneidade das pessoas e dos fatos,
quanto diante da consciência e cumplicidade humana.
O nosso Senhor sofreu a dor fisiológica, a dor
emocional e a dor espiritual. Ele como ninguém conhece nossa estrutura e sabe
que somos pó (Sl 103.14), por isso pode compadecer-se de nós, tendo sido tentado
em tudo – mas sem jamais ter cedido ao pecado (Hb 4.15). Ele foi desamparado
por Deus e pelos homens, por isso, com propriedade, pôde dizer (como o Messias):
“Eu, sozinho, pisei no lagar” (Is 63.3). O Pai precisou e quis, por
amor da humanidade, desamparar o Filho entregando-o ao desamparo dos homens.
Mas não podemos nos esquecer que o próprio Jesus quis isso tanto quanto o Pai.
Ele não foi obrigado a nada. Como já dissemos, a obra plena da salvação é
iniciativa total e apaixonada da trindade santa.
“O Pai me ama porque eu dou a minha vida para
recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha
própria vontade...” (Jo 10.17-18 – NTLH).
6- ... Está consumado! (Jo 19.30)
Nestas palavras Jesus deixa claro que Sua obra está
completa, está consumada, e não precisa de nossos acréscimos. O evangelho não
deve ser adulterado em hipótese alguma, e de maneira alguma. Esta frase nos
revela que o evangelho é pleno. Tudo o que a humanidade necessita para
reconciliar-se com Deus já foi providenciado por Cristo. A cruz foi a pena que
grafou o ponto final da história da salvação. É evidente que a salvação
continua acontecendo, mas ela não está se modificando. Ela não precisa evoluir,
pois sua perfeição é eterna e expressou sua plenitude na cruz do calvário. De
maneira inquestionável e soberana o Senhor fez tudo o que tinha de ser feito, e
não ficou devendo nada a ninguém. Nestas palavras Jesus está direcionando
nossos pensamentos para toda a Escritura (Lei e Profetas) e principalmente para
toda a sua própria vida e obra na terra. As sete palavras não trazem
diretamente todo o conteúdo do evangelho, obviamente, mas pressupõem e dialogam
com todas as interfaces e verdades deste conteúdo. Não ficou nada para trás,
tudo foi cumprido e feito. Está pronto e acabado, perfeito e consumado. Quanto a
nós, só restou a fé.
7- Então Jesus clamou em alta voz: Pai, nas
Tuas mãos entrego o meu espírito! (Lc 23.46)
Aqueles que estão no caminho da perdição, se não
forem salvos, não poderão entregar o espírito a Deus. Em contrapartida, os
salvos terão o espírito seguro nas mãos de Deus, mesmo após a morte, pois seu
destino é o céu. A certeza de salvação é para nós, os que cremos no Senhor
Jesus Cristo. Isso também revela que a fé é o que nos relaciona com o
evangelho. Jesus demonstrou fé na imortalidade[7] e
na segurança de sua vida nas mãos de Deus, o Pai. Os que se perdem, enquanto
continuarem se perdendo, terão, com razão, medo da morte. Os discípulos de
Jesus herdam do Senhor a mesma confiança e certeza diante da morte e do porvir.
Isto é tão verdadeiro que, Estevão, em seus últimos suspiros de vida usou
palavras muito similares às de Jesus: “Senhor
Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59).
A vida do cristão é uma vida de entrega. A renúncia
é parte inseparável da mensagem da cruz. “Aquele
que quiser me seguir, deve pôr de lado seus próprios desejos e carregar sua
cruz cada dia, e me acompanhar” (Lc 9.23 – NBV). Se nossa vida não for uma
vida de entrega, não passará de hipocrisia. Vida de entrega é vida consagrada
inteiramente ao Senhor. Pensamentos, sentimentos, forças físicas, tudo a serviço
do Senhor e Seu Reino. Um verdadeiro e autêntico cristão vive para a glória de
Deus – em tudo e em cada detalhe de sua vida. Somos discípulos daquele que
entregou seu espírito a Deus na cruz. A dimensão profunda do ser humano e que
está intimamente ligada a todo o seu ser é o espírito. O Pai procura pessoas
que o adorem em espírito e em verdade, pois Ele (O Pai) é Espírito. A cruz
precede a entrega última. É somente pela cruz que poderemos alcançar o destino
de um verdadeiro cristão.
CONCLUSÃO
“As sete palavras” proclamam a misericórdia e a graça
do Senhor para com os homens. Elas retratam a humanidade e a divindade de
Cristo em um cenário de densas trevas e pecado, como uma luz insistente no seu
brilhar. O céu e o inferno são uma realidade revelada pelo Cristo. O amor pelo
próximo, pela família, e o cuidado para com os fragilizados não foram
esquecidos pelo Mestre.
O sofrimento e o dilema divino da justiça e amor
são contrastados com a indiferença e perversidade dos homens. A história não
desiste de ser contada mesmo quando tudo parece perdido, até o ponto de o
Salvador poder dizer “está consumado”, entregando-se ao Pai.
Em fim, a cruz não é menos que o início, a provisão
e o caminho para a eternidade. Na moldura do calvário estão retratados o bem e
o mal, o ódio e o amor, a luz e as trevas, a vergonha e a honra. Não é por
menos que a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós que
somos salvos, é o poder de Deus.
[1] A
Bíblia em ordem cronológica: nova versão internacional / edição autorizada da
obra de Edward Reese (org.). São Paulo: Editora Vida, 2003.
[2] Sigo
o conceito de “pecado” como “alienação de Deus” apresentado por Ênio R. Mueller
em sua obra: Caminhos de Reconciliação: a mensagem da Bíblia. Joinville: Grafar, 2010.
[3]
STOTT, John. A cruz de Cristo. São
Paulo: Editora Vida, 2006. p. 9.
[4]
BRUCE, F.F. João: introdução e
comentário. São Paulo: Vida Nova, 1987. p.317.
[5] BONHOEFFER,
Dietrich. Orando com os Salmos. Curitiba:
Editora Encontrão, 1995. p. 18.
[6] TASKER,
R.V.G. Mateus: introdução e comentário. São
Paulo: Vida Nova, 1980. p.211.
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