VIRTUDES E PROBLEMAS DA MÚSICA GOSPEL

 

INTRODUÇÃO

Nesse pequeno texto trarei uma importante reflexão sobre a música evangélica, visto que ela faz parte da nossa vida, dos nossos cultos e da nossa história.

 

Nem tudo é bom, nem tudo é ruim.

Há o que se deve manter, há o que se deve alterar, e há o que se deve abolir.

 

O conhecimento dessas coisas é de suma importância, pois elas afetam positiva ou negativamente nossos processos de discipulado, nossas concepções de fé, nossa perspectiva de crescimento e nossa espiritualidade.

 

Apresento, a seguir, 3 pontos positivos e 3 pontos negativos do atual quadro da música gospel brasileira.

 

 

Três pontos positivos da música gospel

 

1) A busca por qualidade musical

 

Ninguém, hoje, pode dizer que a música gospel não investe em qualidade. Temos todas as linguagens musicais à disposição, e o nível de investimento em qualidade de pré-produção, produção, divulgação e performance têm aumentado cada vez mais. Isso é bom.

Se Deus é digno de receber o melhor, qualidade e excelência jamais serão ruins.

 

2) A proclamação pública

 

A música gospel está alcançando um espaço cada vez maior. Os artistas evangélicos famosos estão cada vez mais famosos, e o lado bom disso é que mais pessoas podem ser alcançadas pelo conteúdo gospel.

Desde que este conteúdo seja bom, verdadeiro e fiel às Escrituras Sagradas, quanto maior a projeção e o alcance da música gospel, maior é o benefício que a igreja poderá desfrutar.

 

3) A contextualização da linguagem

 

Um dos fatores que explica esse alcance cada vez maior da música gospel é a sua capacidade de adaptação e contextualização. Desde que o conteúdo não sofra alterações, a linguagem faz bem em se contextualizar. Assim como os quatro evangelhos ― Mateus, Marcos, Lucas e João ― apresentam o mesmo Evangelho de Jesus, linguagens diferentes podem transmitir a mesma mensagem. A linguagem contextualizada tem o poder de facilitar a conexão entre o ouvinte e o transmissor, e isso é bom. O problema é quando tentamos adaptar a essência do Evangelho à necessidade do ouvinte. É aí que mora a tragédia.

 

 

Três pontos negativos da música gospel

 

1) O profissionalismo por si só

 

O 1° ponto positivo que abordamos aqui dizia respeito à busca pela qualidade, mas esse mesmo ponto positivo esconde uma armadilha. Não são poucos os artistas cristãos que já se entregaram à idolatria da forma, da qualidade, da performance, sacrificando a unção, a essência, a busca por mais de Deus. Gasta-se muito tempo e dinheiro aprimorando a técnica, e tempo nenhum em oração, buscando poder de Deus. O profissionalismo vazio leva para os púlpitos artistas vazios de Deus, e estes jamais poderão ser agentes de Deus para um despertamento espiritual da igreja e da sociedade.   

 

2) A exposição pública (escândalos)

 

Junto à proclamação pública está a exposição pública. Se é bom conquistarmos maior espaço na sociedade para que possamos alcançar mais pessoas, é uma tragédia quando nossos pecados estão na vitrine da sociedade. Quanto maior a fama, maior a responsabilidade. Quando você está em uma posição de evidência, tudo o que você faz ganha destaque e projeção. Isso pode ser bom ou ruim, dependendo do que você faz. A fama não se preocupa com o caráter. Qualquer um pode tornar-se famoso. Mas a relevância da igreja depende do caráter do cristão, pois jamais teremos autoridade diante da sociedade se não tivermos santidade diante de Deus.

 

3) A perda dos parâmetros e da essência

 

Dito isso, o que se percebe é que o sucesso tornou-se o alvo sublime, portanto, os parâmetros bíblicos da adoração foram deixados de lado. Qualquer caminho que conduza ao sucesso é visto com bons olhos, por mais tortuoso que tal caminho seja à luz da Palavra de Deus. Usa-se o nome de Jesus e os textos bíblicos para dar a cara gospel de que nossas músicas necessitam, mas a verdade é que muitas delas são profanas, e não sacras. Certos ministros são oportunistas, não verdadeiros adoradores do Senhor. O que importa é o que dá certo, não mais o que é certo. Será que Deus se agrada disso?

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A Bíblia ensina que Deus quer que façamos o que é certo, do jeito certo.   

 

Davi estava fazendo a coisa certa levando a Arca para Jerusalém, mas do jeito errado. A Arca devia ser carregado sobre os ombros dos sacerdotes, não em um carro de bois. Deus já havia dito isso através de Moisés. Por essa razão, Davi só conseguiu levar a Arca quando corrigiu o método de acordo com a vontade de Deus.

 

É bom produzir música de qualidade? Claro que sim.

É bom ser ouvido por mais pessoas? Claro que sim.

É bom utilizar uma linguagem que as pessoas entendam? Claro que sim.

 

Mas tudo isso deve ser feito do jeito certo, e com o propósito certo.

 

Atenção às seguintes perguntas:

 

Os princípios bíblicos estão sendo honrados?

A mensagem do Evangelho está sendo mantida intacta?

O caráter dos ministros agrada ao Senhor?

A essência está sendo mais valorizada do que a forma?

Tudo o que estamos fazendo é realmente para a glória de Deus?

 

Se a respostas a essas perguntas for “não”, paremos com tudo agora mesmo, arrependamo-nos de nossos pecados e voltemos ao Senhor. Só então será lícito recomeçar.

 

Mas, se a resposta a essas perguntas for “sim”, todos os pontos positivos da música gospel apontados nesse texto serão totalmente positivos, e o Nome do Senhor Jesus será glorificado.

 

 

Com amor, de seu irmão em Cristo, Pr. Éder Carvalho.

 

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“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23-24 ARC)